05/09/2018
Há quase 10 anos (a serem completados em 2019), as aulas grátis de bateria no Centro Cultural Clube do Comércio (CCCC) têm atraído 35 alunos por semana - sete por dia. Patrocinadas pela Prefeitura de Irati, a capacitação dos futuros bateristas é feita pelo instrutor João Ademir Ribeiro, o popular “Guaraná”, músico autodidata iratiense, bastante conhecido na região.
Todas as vagas disponíveis estão tomadas, e ainda há 26 alunos na espera, aguardando uma desistência ou conclusão de etapa de algum participante. Guaraná explica que não há uma duração específica do curso e que, geralmente, é o próprio aluno que decide quando parar, a partir do momento em que considera que aprendeu o que gostaria.
A idade mínima para frequentar as aulas é de 10 anos, mas o instrutor garante que não há limite, tendo, inclusive alunos com mais de 50 anos que iniciaram o aprendizado do zero. Não há necessidade de ter o instrumento para frequentar as aulas, pois o próprio curso tem sua bateria completa para o treinamento dos estudantes.
As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, de 8h30 às 17h. Por enquanto, não há vagas, mas sempre há desistências, principalmente na fase inicial.
Os telefones para quem deseja maiores informações são o fixo do CCCC, 3907 3158, e o celular do próprio instrutor, 9 9902 9799.
Variedade de ritmos é abordada no transcorrer do curso
Para aqueles que vão iniciar o aprendizado de bateria, inicialmente Guaraná prepara um tipo de alongamento. Só depois disso, os interessados no instrumento passam a batucar com as baquetas num dispositivo de borracha, acompanhando o metrônomo, em diferentes níveis de velocidade.
Após conseguir sincronizar as batidas com o andamento do metrônomo, o aluno é inserido verdadeiramente nas técnicas rítmicas na bateria, iniciando pelos ritmos pop 1, 2, 3 e 4. A sequência depende muito da preferência do aluno, mas Ribeiro procura levar o estudante a conhecer e praticar o maior número possível de gêneros, como rock anos 60, sertanejo, gaúcho ou baião.
No momento da entrevista, o baixista Weslley Visinoni, 17 anos, chegou para aguardar seu horário. Ele comentou que está frequentando as aulas desde março e iniciou o aprendizado porque gosta. Estudante do IFPR Câmpus Irati, o jovem também toca violão e diz apreciar jazz. E comenta que, do que aprendeu até agora, o ritmo mais difícil foi justamente o samba. Guaraná endossa o esforço de Weslley, assegurando que o aluno já está firme na cadência brasileira e acrescentando que fica até mais feliz que o aprendiz, quando este finalmente consegue assimilar um ritmo.
“Com o passar do tempo, vamos notando entre os participantes quem tem mais aptidão para vir a ser um baterista”, argumente o instrutor, acrescentando que tomou conhecimento de que há até ex-alunos seus que passaram a atuar profissionalmente.
Em razão da forte procura, e justamente por ser um curso totalmente gratuito aos interessados, Guaraná cobra dos participantes, interesse legítimo no aprendizado. “Se alguém faltar três aulas sem justificativa, a vaga é cedida a um aluno na espera”, adverte.
Trajetória musical
João Ademir “Guaraná” Ribeiro costuma acompanhar os seus estudantes desde o início do aprendizado, procurando orientar e corrigir erros naturais no processo de conhecimento de noções de ritmo e das próprias peças da bateria.
Como forma de estímulo, sempre pede se pode registrar em foto o aluno concentrado em seu treinamento, e argumenta que muitos lembrarão mais tarde, pela imagem, da superação de alguma dificuldade. A foto que ilustra esta matéria é de apenas uma pequena parte dos bateristas em formação pelo músico.
Baterista eclético e percussionista nas horas vagas, Guaraná teve as primeiras noções do instrumento bem garoto ainda, com um músico iratiense mais conhecido pelas gerações hoje com 50, 60 anos ou mais, o Antônio Juliano, apelidado de “Garrafão”. Iniciou oficialmente na bateria em 1976, no conjunto Lyra, iniciado na antiga Colônia Gonçalves Júnior, pela família Wagner, e que mais tarde passou a se chamar Studio 5. Após esse início, entrou para a conhecida banda iratiense Snakes, onde trabalhou por 22 anos.
Texto/Foto: Assessoria PMI