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Brasil é o segundo país com mais cirurgias plásticas do mundo

O número de intervenções cirúrgicas vem crescendo todos os anos no Brasil. Conheça mais sobre o procedimento e como ele afetaa autoestima

08/08/2018

Brasil é o segundo país com mais cirurgias plásticas do mundo

Ao ligarmos a televisão ou abrirmos uma revista nos deparamos com mulheres altas, magras, bonitas e perfeitamente maquiadas e penteadas, com rostos e corpos perfeitos. Esses padrões estéticos, ao mesmo tempo em que mexem com a autoestima de muitas mulheres, também instigam a discussão sobre o lado bom e o lado ruim de tantos conceitos sobre o que é realmente belo e aceitável.

 

Todas as manifestações midiáticas do ser “perfeito” fizeram com que o número de cirurgias plásticas realizadas no Brasil crescesse significativamente. O país está em segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos em número de cirurgias plásticas.

 

Segundo o psicólogo Mauricio Wisniewski, o principal motivo que leva uma pessoa a fazer uma cirurgia plástica é exatamente o problema de autoestima. “Entre os principais está a necessidade de melhorar a autoestima, que é oriunda da cobrança social em se ter um corpo que responda aos modelos impostos como bonitos e saudáveis”, fala Mauricio.

 

Cirurgias de correção

Muitas cirurgias servem para corrigir “imperfeições”, aquelas adquiridas devido a uma doença, como o câncer ou aquelas que vêem desde o nascimento como o lábio leporino, orelha de abano e alterações no nariz. Esse foi o caso de Camila Dalzotto Mosquer. A jovem de 17 anos realizou dois procedimentos no último mês e um deles foi a rinoplastia. “Meu nariz sempre me incomodou por ser grande e ter aquele ossinho levantado que chama atenção, principalmente de perfil”, conta Camila.

 

Esses aspectos anatômicosmuitas vezes são causadores de bullying durante a infância e adolescência. Camila sofreu na pele por ter o nariz considerado “diferente”. “Na escola sempre me apelidavam com algo referente ao nariz e até pessoas da família me chamavam de tucano”, diz a jovem.

 

Devido ao bullying, Camila sempre teve a autoestima baixa. “Eu sentia como se todo mundo estivesse reparando naquilo. Minha autoestima era muito baixa, quando me olhava no espelho me sentia mal e sonhava com a rinoplastia para ter um nariz mais bonito”, explica.

 

Os resultados da intervenção cirúrgica já estão aparecendo. “Estou me amando, apesar de não ser o resultado final, mas já estou muito satisfeita, me sinto mais segura”, comemora.

 

Cirurgias estéticas

Além das cirurgias que buscam reparar “defeitos”, há as que foram criadas para que as pessoas possam atingir um modelo de corpo “perfeito”. Há também pessoas que optam pelas cirurgias estéticas apenas por modismo, tentando se adaptar ao tipo de corpo perfeito da moda.

 

Não são apenas as pessoas com autoestima baixa que recorrem aos procedimentos cirúrgicos. “Existem casos nos quais a autoestima elevada faz com que haja a procura por se sentir cada vez mais perfeito. Tais pessoas não têm autoestima rebaixada, mas ao contrário, querem ter cada vez maiores níveis de autoestima, autoconfiança, segurança, entre outros”, diz o psicólogo. Por isso muitas pessoas recorrem a cirurgias de embelezamento. 

 

Implante de silicone nos seios, lipoaspiração, abdominoplastia, mastopexia (cirurgia para levantar os peitos) e mamoplastia redutora encabeçam, nessa ordem, a lista de intervenções estéticas que mais fazem sucesso no Brasil.

 

Muitas pessoas recorrem a esses procedimentos buscando uma maior perfeição. A segunda modificação realizada por Camila foi a próteses de silicone, por incentivo da família. “Resolvi colocar as próteses por influência familiar. Minha mãe e minha prima já colocaram silicone há alguns anos e se sentem realizadas com o resultado. Eu me interessei e resolvi aproveitar a oportunidade também”, fala.  A cirurgia para colocação de prótese foi realizada no mesmo dia que a rinoplastia.

 

Segundo a jovem, o seio pequeno não era algo que a incomodava.“Não me incomodava porque quando eu colocava blusas com bojo meu seio ficava grande, não era uma coisa que me deixava mal”, fala Camila.

 

Autoestima afetada pela cirurgia plástica 

Toda mudança na imagem corporal é também uma transformação psicológica de alto impacto, pois traz consigo um sentimento de reparação e compensação.

 

Uma cirurgia plástica pode proporcionar a descoberta da força que a confiança em si mesmo possui e do efeito disso em nossas relações. O que pode ser extremamente positivo, em princípio, mas também pode ser uma armadilha. Por isso a mudança requer o acompanhamento de um profissional.

 

“A imagem corporal é o resultado de diversas interações: sujeito e meio, sujeito e história de vida, sujeito e subjetividade/identidade. Ao realizar uma intervenção cirúrgica que irá modificar a imagem corporal, o indivíduo perde referências de convivência e relacionamento sócio-afetivo. O profissional psicólogo está habilitado para orientar à construção de nova autoimagem e, consequentemente, novos relacionamentos”, fala Mauricio.

 

Há muitas variáveis psicológicas que escapam ao controle de grande parte das pessoas que acompanham o processo de transformação de imagem. A maioria delas está relacionada ao poder, ao deslumbramento e à vaidade excessiva. Isso pode levar a uma série de situações inconscientes das quais é difícil fugir.

 

Segundo Mauricio,o acompanhamento é fundamental para que a pessoa possa construir uma nova imagem. “O profissional psicólogo orienta à construção de nova autoimagem e novo autoconceito, para que através deles, o indivíduo possa construir novos relacionamentos”. 

 

Após a cirurgia plástica, muitas pessoas passam a se preocupar mais com a aparência e com a saúde, cuidando da alimentação e fazendo exercícios físicos, por exemplo. No entanto, é comum, também as pessoas passarem da baixa autoestima para a supervalorização da própria imagem, o que pode acabar sendo perigoso.

 

Por isso, o psicólogo destaca que é importante que as pessoas olhem primeiramente para si. “A busca pelo corpo ideal é incessante e cansativa, porém é inerente à nossa motivação para viver. Ela afasta da consciência a realidade crua do envelhecimento e da morte. Cuidar de si é terapêutico e muito saudável”, disse.

 

Onde fazer uma cirurgia plástica?

O médico responsável por fazer a cirurgia plástica é o cirurgião plástico e para exercer a profissão, no Brasil, ele deve estar inscrito na SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

 

A cirurgia plástica deve ser realizada numa clínica especializada e este tipo de tratamento geralmente é dispendioso. Alguns tipos de cirurgia plástica podem ser realizados num hospital e serem gratuitos, desde que recomendados por outro médico.

 

Esses cuidados evitam problemas sérios de saúde e até mortes, como os casos recentemente noticiados pela mídia nacional. 

 

Como é a recuperação da cirurgia plástica?

O tempo de recuperação varia com o tipo de cirurgia, e quanto mais simples ela for, mais rápida é a recuperação.

 

Geralmente, após uma cirurgia plástica deve-se permanecer com a área enfaixada durante alguns dias e é normal sentir dor e desconforto. A região poderá ficar com manchas roxas e inchadas nos primeiros dias e os resultados levam em média de 30 a 90 dias para serem totalmente percebidos.

 

Principais complicações da cirurgia plástica

Como em qualquer cirurgia, também na cirurgia plástica podem surgir algumas complicações como infecção, trombose ou abertura dos pontos. Porém, estas complicações são mais frequentes em pessoas que possuem doenças crônicas, anemia ou que tomam remédios anticoagulantes, por exemplo.

 

Além disso, existem maiores chances de complicações quando a cirurgia dura mais de 2 horas, em caso de anestesia geral ou quando se faz uma grande cirurgia. 

Texto: Silmara Andrade/Hoje Centro Sul

 

Foto: Pixabay

 

 

 

 

 

 

 

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