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Caminhoneiros relatam como é o dia-a-dia na estrada e as dificuldades que enfrentam

29/05/2018

Caminhoneiros relatam como é o dia-a-dia na estrada e as dificuldades que enfrentam

O transporte rodoviário é o principal modo de deslocamento de carga utilizado no Brasil. Estima-se que 65% de tudo o que é produzido é transportado por caminhões, fazendo com que a figura do caminhoneiro seja muito importante para o funcionamento do país. A vida na estrada é cheia de aventuras e desafios, alegrias e tristezas. Ser um caminhoneiro significa passar por dificuldades, viver longe da família, viajar pelo país e, acima de tudo, ter histórias para contar.

A profissão caminhoneiro é uma das profissões pouco valorizadas nos dias atuais, já que é necessário abrir mão de muitas coisas, inclusive do contato diário com a família. E é preciso ter coragem para enfrentar essa profissão, além do motorista precisar passar horas, dias e até meses na estrada ele é perseguido pelo perigo, seja os perigos na estrada ou os perigos durante as paradas.

Leonir Libiano é caminhoneiro e mora em Santa Catarina. Ele trabalha como funcionário de uma empresa de transportes de grãos e já sentiu na pele as consequências de ter essa profissão. “A vida do caminhoneiro a população pouco entende. Caminhoneiro é aquele que dorme tarde, levanta cedo, não vê os filhos crescerem, não leva os filhos na escola. Têm pais que não viram o filho dar o primeiro passo”, fala Leonir entristecido por ter tido que abrir mão de tantas coisas em função da profissão.

Mesmo diante de tanta dificuldade ele reconhece o valor que a classe tem diante do país. “É uma profissão que a nação precisa, tudo é transportado pelos braços de um caminhoneiro, em cima de um caminhão, correndo risco de vida na estrada. É bastante sofrido, são poucos que escolhem essa profissão, mas sem ela o país não vive” destaca Leonir.

Outro caminhoneiro que já passou por muitas coisas na estrada e sentiu o preconceito para com a classe é Carlos Augusto Gomes de Morais. Ele é da cidade de Sorocaba-SP e está nas estradas há muitos anos,por isso sabe muito bem todas as dificuldades na profissão. “Nós caminhoneiros passamos uma vida difícil na estrada, a gente carrega o Brasil nas costas, principalmente eu que sou um transportador autônomo, nós sabemos o custo que é nós chegarmos em um posto abastecer, praticamente no valor do frete”, fala.

Apesar de todos os perigos encontrados na estrada Carlos destaca que tudo é para garantir o sustento da família. “Nós temos filhos, netos e temos que levar o feijão com arroz. É por esse motivo que nós não vamos ficar de braços cruzados, vendo o que está acontecendo no Brasil”, diz se referindo aos preços elevados do combustível que motivam a greve pela qual o país está passando.

Uma das queixas do caminhoneiro é a falta de estrutura encontrada na estrada quando precisa realizar pausas para se alimentar. “A gente vai comprar um marmitex eles cobram R$15,00, R$18,00, muitas vezes, você vai usar um banheiro eles cobram R$5,00, R$10,00 reais para você tomar um banho. Então o caminhoneiro é tachado como uma pessoa suja, desleixada, largada”, desabafa Carlos.

Carlos acrescenta que o caminhoneiro, às vezes, deixa de comer bem, ou fazer uma boa higiene pelos valores altos cobrados, os quais podem fazer falta no final do mês. “Infelizmente as pessoas fazem com que isso aconteça e isso já é um custo para a gente, quando você vai fazer um frete, já calcula o quilometro que vai gastar, o óleo diesel já não tem como porque você chega na metade do caminho e aquele óleo já subiu, já teve um aumento, se você estoura um pneu você volta simplesmente com 10% daquele transporte feito”, diz Carlos.

Texto: Silmara Andrade/Hoje Centro Sul

 

 

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