26/05/2018
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou, na noite de sexta-feira (25), um comunicado oficial pela manutenção das manifestações dos caminhoneiros em todo país, orientando apenas para que não haja obstrução de rodovias.
Com isso, permanece a greve. A circulação de caminhões para o transporte de mercadorias não está ocorrendo e não há previsão de que venha a ocorrer.
A decisão do governo Temer de utilizar as forças de segurança para tentar acabar com a greve não deverá ter repercussão prática, nem evitar o desabastecimento no país.
No Paraná, um acordo entre o governo Cida Borghetti e as lideranças do movimento permite a passagem de itens considerados essenciais pela Defesa Civil, como insumos para os hospitais e combustível para ambulâncias e viaturas policiais.
Da Redação/Hoje Centro Sul
Foto: Silmara Andrade/Hoje Centro Sul
Leia, abaixo, o comunicado oficial da Abcam, na íntegra:
Comunicado Oficial
Brasília, 25 de maio de 2018
Após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, no início da tarde desta sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros – Abcam, preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias, mas, mantendo as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias.
Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições.
Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel.
A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos.
É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria.
Sendo assim, nos resta pedir a todos os companheiros que desobstruam as rodovias e respeitem o decreto presidencial.
JOSÉ DA FONSECA LOPES
Presidente da ABCAM