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O desafio do transporte

25/05/2018

O desafio do transporte

A greve dos caminhoneiros tem se alastrado por todo o país. Em menos de dois dias, já são quase 20 estados com registros de alguma paralisação em suas rodovias. Somente no Paraná, havia 40 locais de paralisação até a tarde de terça-feira. E esse número só tende a aumentar.

A reinvindicação dos caminhoneiros continua sendo a mesma de outras paralisações: o preço do combustível. A decisão da Petrobras de vincular o preço do combustível no país com os preços do mercado internacional só piorou um cenário que já não era benéfico ao setor de transporte.

Com o aumento da Petrobras e repasses até chegar ao consumidor final, o diesel nesta semana já estava sendo comercializado a R$3,69 o litro em Irati. No meio da greve, a Petrobras fez mudanças no preço. Nas refinarias, o preço passou de R$ 2,3716 para R$ 2,3351, uma pequena redução,depois de seis aumentos seguidos.

Junto a isso, há também a reclamação dos caminhoneiros em relação à tributação, que incide não só no valor do diesel, como também no valor do frete.

O que poucos percebem é que o maior prejudicado é o consumidor final. Isso porque a logística no Brasil é praticamente um desafio. Para calcular o valor de um frete, um caminhoneiro autônomo precisa pensar em quanto irá gastar com a manutenção do veículo – que passa por estradas cada vez mais esburacadas -, em quanto gastará de combustível, em quanto gastará com mão de obra, além de pensar em tributação dependendo da mercadoria. No fim, o lucro de um frete é muito baixo, perto do custo que se tem pra fazê-lo. Além disso, em casos como de grandes transportadoras, há a existência de comboios de segurança para que os caminhões não sejam assaltados nas ruas, o que também incide no valor deste tipo de frete.

Com isso, inicia um ciclo de aumento: com o aumento do valor do frete, do valor da mercadoria, e por final, o consumidor que tem que pagar mais por algo que custa menos em outros lugares, porque o lojista precisou colocar o valor do frete para ter uma margem de lucro.

Opções diferentes de logísticas já foram discutidas, mas desafios se impõem e impedem a continuidade da discussão. As ferrovias que por muito tempo foram sinônimo de progresso, continuam transportando diversos materiais, mas poderiam ser melhor exploradas. No entanto, o custo para recuperação é um dos empecilhos para que isso vá para frente. Outra opção, utilizada principalmente no norte do país, é o transporte fluvial. No entanto, falta de vontade política e dificuldades ambientais em diversos pontos de rios brasileiros são alguns dos desafios. Outras empresas de transporte já iniciaram a utilização de aviões no transporte, no entanto, as medidas ainda são tímidas no país.

O transporte através das rodas de caminhões ainda continua sendo o principal meio através do qual as mercadorias são entregues no país. Por isso, é preciso que as autoridades políticas parem de apenas prometer e olhem com mais responsabilidade sobre esta classe.

 

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