19/04/2018
O problema é antigo, mas nunca foi resolvido. O aterro sanitário, localizado no Pinho de Cima, em Irati, tem causado dor de cabeça aos gestores municipais há pelo menos dez anos, desde que a última licença ambiental expirou. Com o tempo, o problema foi crescendo e hoje as soluções que aparecem são mais custosas.
A esperança da atual administração é encontrar uma empresa disponha de tecnologia parausar o lixo gerado pelos iratienses e transformá-lo em produtos que dêem lucro a essa empresa. Se isso não acontecer, a opção temporária será o transbordo que aumentará o custo para o município e para os munícipes, que terão de pagar mais pela taxa de coleta do lixo.
Esse custo maior – que acabará ficando a cargo da população – é resultado de anos de negligências e falta de cuidado de todos.O lixo é levado ao aterro há mais de 20 anos. Durante esse tempo, o local foi palco de diversos roubos, desde uma bomba que ajudava a controlar o chorume resultante da decomposição dos materiais até mesmo o roubo recente das cercas que protegem o aterro. Além disso, houve falta de cuidado em preservar e obedecer às normas do aterro sanitário para que ele conseguisse de fato, ser sanitário, isto é, pudesse conservar a saúde do local.
Contudo, o problema é maior do que apenas a gestão do aterro sanitário. A falta de conscientização da população em relação à reciclagem fez com que o tempo de vida do aterro diminuísse.
Isso porque muitos materiais que são levados ao aterro, após serem descartados no lixo comum, poderiam ser reciclados. Em uma rápida olhada no aterro é possível ver diversas garrafas PETs, garrafas de vidro, vidros de esmalte, plásticos, potes, e tanto outros objetos que poderiam ser reciclados e se tornariam material para a renda de diversas famílias que trabalham em cooperativas.
Mais do que apenas distribuir panfletos sobre reciclagem, é necessário uma campanha maior para que de fato haja conscientização das pessoas. Um dos exemplos é ir de casa em casa explicando como fazer a reciclagem e como descartar corretamente. Após isso, a própria população precisa se acostumar a separar os materiais. No entanto, isso é um processo em longo prazo, já que é necessário não apenas a conscientização da importância de separar os materiais, como também ter o costume no dia a dia.
O problema do lixo é um problema de todos. O poder público precisa ter a responsabilidade de fazer uma gestão correta e eficiente, sem empurrar o problema para a próxima gestão, como já ocorreu. Em contrapartida, a população precisa colaborar e fazer o seu papel descartando o lixo corretamente. Se nenhum dos dois fizer a sua parte, no final, a solução será mais cara.