Novamente, as enchentes

Novamente, as enchentes

As fortes chuvas que caíram na tarde de quarta-feira voltaram a transtornar a cidade de Irati. Alagaram o centro da cidade, interditaram o trânsito, bloquearam o acesso dos veículos e ainda ilharam alguns comércios da cidade. O conformismo com esse quadro caótico consistiria em atribuir superficialmente ao verão tropical, à inevitabilidade de muita água sobre o município.

Mas o que existe são as muitas construções que foram feitas em cima dos córregos e rios que passam pela cidade. São loteamentos aprovados sem espaços verdes suficientes e sem pequenas áreas em cada terreno residencial destinadas a manter o solo permeável. Isso evitaria que as águas escorressem a um só lugar como aconteceu.

Ações nos últimos anos têm sido feitas para tentar escoar a água em situações críticas. Um novo canal hídrico e novas tubulações são apenas algumas obras feitas. A dragagem do Rio das Antas é outra opção realizada há alguns anos para amenizar o assoreamento do leito do rio. Há ainda uma licitação para um novo canal hídrico e também a realização de um Plano de Macrodrenagem para tentar encontrar soluções duradouras.

Apesar das ações, o tempo não espera trâmites burocráticos. Muito menos os empresários e moradores que já foram atingidos por algum alagamento ou enchente.

Quando as chuvas teimam em cair, os moradores já sabem que o perigo está vindo. Os proprietários de comércios no centro da cidade correm assustados com medo de que mais uma vez as suas lojas sejam invadidas pela água.O que se vê nas portas dos comércios durante esses episódios são tapumes de madeiras, com diversas espumas de vedação. Os tapumes tentam amenizar situações que em outros tempos significou prejuízo.

No dia seguinte, o que se vê são perguntas de todos os lados. Até quando os munícipes terão que passar por isso? Até quando construções serão permitidas impedindo o fluxo da água? Até quando os lojistas terão que passar o dia limpando? Até quando vamos ficar apreensivos com qualquer chuva que cair? Até quando?