02/10/2017
Em política, a expressão “fogo amigo” é bastante conhecida. Costuma ser usada quando alguém se utiliza de informações a que tem acesso sobre integrantes de seu grupo político para “queimar” integrantes deste mesmo grupo político. Trata-se de disputa por poder, que leva em consideração, sobretudo, interesses pessoais dos denunciantes.
Em Irati, uma onda de denúncias pontuais tem se sido marcante nos últimos tempos. Em algumas situações, com êxito dos denunciantes, em outras, com êxito dos denunciados. Que as leis existam para serem cumpridas é fato. Entretanto, nem sempre o são. Normalmente o poder judiciário precisa ser provocado para agir, ou seja, precisa receber uma denúncia embasada para dar início aos procedimentos de praxe.
E quando o foco é o interesse coletivo, muitas vezes faltam pessoas com tempo e disposição para fazer as denúncias. Investigá-las também costuma ser mais complexo e demorado. Os holofotes a atuação de promotores e juízes garantidos pelo “burburinho” e a estratégia de marketing do “fogo amigo” também inexistem, ou acabam tendo intensidade menor. Por isto, as questões pontuais da política ou da politicagem acabam destacando-se.
Houve descumprimento de uma lei e foi feita a denúncia? Cabe ao judiciário analisar. Independente dos interesses particulares implícitos. Concordamos.
O que chama a atenção, conhecendo um pouco sobre política e sobre o funcionamento do judiciário, é a celeridade da tramitação de certas denúncias. Ponto positivo. Esperamos e imaginamos que em todos os casos esteja acontecendo essa eficiência na instauração de procedimentos. Caso não esteja, há algum tipo de combustível insuflando o “fogo amigo” que desconhecemos. Não podemos afirmar nada. São apenas observações pontuais sobre uma realidade pontual que tem tomado conta do cotidiano.
Agora, que em cidades de porte pequeno ou médio, como é o caso de Irati, no meio político se pressupõe o nome, o sobrenome e o interesse dos autores de certas denúncias anônimas do “fogo amigo”, isto é fato.