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Filha procura pai que não vê há mais de 30 anos

11/09/2017

Filha procura pai que não vê há mais de 30 anos

Quando saiu do estado de Rondônia em um ônibus em direção ao Paraná há mais de 30 anos, Vanilda Tereza da Silva tinha seis anos e estava acompanhada de seu irmão, Valdecir Pereira da Silva, de cinco anos, e de sua mãe, Maria Terezinha Fernandes da Silva, que na época tinha 26 anos.

A longa viagem de três dias foi um meio que Maria havia encontrado para terminar com as diversas brigas que tinha com seu marido, Sebastião Pereira da Silva, mais conhecido como Tiãozinho. “Eles brigavam muito. Era separa e volta, separa e volta. Eles não ficavam nem juntos, nem se separavam. Uma tia minha falou que o melhor jeito de dar uma solução, de eles se separarem, era ir embora da cidade. Como meu vô já tinha vindo para cá e tinha um tio meu que já estava aqui, ela achou melhor vir para cá, num momento de loucura, porque não pensou, depois que estava aqui que foi pensar e aí já era tarde”, conta Vanilda, hoje com 38 anos.

Os três saíram de Rolim de Moura e vieram para Guaíra, no Paraná, onde se estabeleceram. Apesar de a vida continuar, Vanilda guardava dentro de si alguma esperança de ver o pai de novo. “Eu achava que ele vinha atrás, mas depois de sete anos eu perdi as esperanças”, conta.

A falta de contato e de notícias fez com que a vontade ficasse guardada dentro dela. Vanilda cresceu, se casou, teve filhos e continuou a viver a sua vida, agora em Irati. No entanto, a vontade de reencontrar o pai reapareceu nos últimos tempos, depois de descobrir que ele ainda estava vivo. “Eu sempre tive vontade de ver, mas sou um pouco tímida e não sou de expressar muitos sentimentos, eu nunca falei pra ninguém isso. Aí agora esses tempos me deu essa vontade de saber se está vivo, ver ele, ver meus primos”, explica.

A vontade reapareceu depois que familiares trouxeram informações que ele ainda morava na mesma cidade. Uma tia que morava em Rondônia estava visitando uma prima de Vanilda no Paraná quando deu essa informação. “Eu até achava que ele tinha morrido pelo tanto de tempo de não procurar. Uma prima minha mora em Guaíra, e estava lá, uma tia que mora em Rondônia. Ela falou que está vivo. Isso há uns seis anos. Ela até passou um número de telefone, só que anotou errado”, conta.

É por familiares que Vanilda tem recebido notícias dele, no entanto, são mais de 30 anos sem conseguir ter um contato direto. O tempo e a falta de registros fotográficos fizeram com que a fisionomia dele ficasse um pouco embaralhada em sua mente. “Eu me lembro do rosto dele, mas não sei descrever. Ele é parecido com meu irmão, mas com cabelo branco”, disse.

Mesmo assim, Vanilda conta que tem esperanças de encontrá-lo e sonha em poder mostrar a sua família a seu pai. “Eu tenho vontade de ir. Só que eu penso assim. Se for pra eu ir lá ver ele, eu penso no meu irmão, tenho meus sobrinhos, tenho meus filhos, tenho meu marido, e é um custo muito grande. Por isso seria o melhor ele vir”, disse.

Texto: Karin Franco/Hoje Centro Sul

Fotos: Divulgação

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